13 de Outubro de 2017

Deixamos mais um testemunho de um voluntário

“Estive na sexta-feira frente à Clínica dos Arcos. Cheguei às 13h, fui buscar um livro sobre o rosário à casa das Mãos Erguidas e fui rezar para a berma da estrada frente à clínica. Nessa hora seguinte, entraram e saíram cerca de 10 pessoas, que parece pouca atividade, mas há que considerar que era a hora de almoço de uma sexta-feira. Apenas uma das senhoras que entrou estava acompanhada por um homem.

Duas situações foram as que mais confusão me fizeram. A primeira apanhou-me completamente de surpresa. Uma rapariga passou à frente da clínica, mas continuou a andar pelo que achei que só estava a passar pela rua. Um minuto depois ela passou para o outro lado. Finalmente, após uns minutos, vi-a a sair muito rapidamente da Clínica dos Arcos com papéis – terá entrado rapidamente quando me viu distraído a ler as meditações do livro do rosário. O que mais impressão me fez não foi ela se ter esgueirado rapidamente lá para dentro para eu não a ver, foi a idade da rapariga. Ela deveria ter uns 16 anos no máximo, até andava com uma mochila de escola.

A segunda situação também mostra vergonha da parte das pessoas, que no interior sabem que há algo de muito errado no que está a acontecer. Um homem esperava com papéis do outro lado da rua, bem à distância, a olhar para mim e a imediatamente desviar o olhar quando o encarava. No início não tinha a certeza se ele estava lá por causa da clínica. Ainda terá ficado um quarto de hora lá fora, até que eu fui para a capela das Mãos Erguidas. Passado um bocado, espreitei pela janela da capela e vi que o homem já tinha ido esperar para a porta da clínica.

Estas situações fazem-me crer que se mais pessoas lá estivessem a rezar comigo a coisa poderia ter sido diferente. A rapariga talvez não teria ganho coragem na minha distração para entrar na clínica, talvez teria repensado as suas escolhas. O homem talvez continuasse à espera de longe, observando as pessoas a rezar em frente da clínica, talvez mudasse a posição face à gravidez da sua mulher/namorada. São de facto precisas mais pessoas, só mais uma já faz tanta diferença…”

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