Deixo-vos o testemunho duma voluntária dos 40 dias pela Vida
Ontem, Quarta-feira, estive no turno das 09h às 12h30. Cheguei mais cedo às 08h50, reparei que já estavam duas senhoras à porta da clínica, foi realmente decepcionante quando constatei que uma das senhoras era uma rapariga que pensava que ia mesmo ter o filho, tinha-nos dado garantias, íamos ajudá-la a procurar emprego e ela mesmo tinha dito que não queria voltar a passar pelo drama do aborto (o relato sobre ela já tinha sido aqui posto). Falei com ela, mas estava determinada, foram chegando cada vez mais pessoas, aproveitei para falar com todas, embora tenha sido ridicularizada, não me importei, continuei, não por mim mas pelos que não têm voz. Até que veio uma funcionária da clínica e abriu a porta para entrarem dizendo que ia abrir para não estarem a ouvir “essa gente”. A rapariga também entrou! Foi muito triste. Tinha esperanças quanto a esta vida!
Fui pedir perdão ao Senhor! Entretanto chegou outro voluntário, rezámos os dois o terço. Fui tendo oportunidade de falar com algumas grávidas. Entretanto chegou uma Missionária da Missão, estivemos as duas a falar com uma mãe que estava de dez semanas, ela entrou, esteve em frente ao Santíssimo, disse que era católica, já tinha feito antes um aborto, mas depois de muito apoio para ter o bébé entrou na clínica. Não sei o desfecho, mas imagino o pior.
Entretanto chegaram duas raparigas que se sentaram à porta da clínica, fui falar com elas e a frase de uma era crime ” é trazer um bébé que não se quer ao mundo”, fiquei a saber mais tarde que eram pró-aborto e estavam lá para importunar (meteram-se com a Missionária).
Enquanto estava a rezar, trouxeram-me duas jovens, uma iraniana e outra vietnamita para lhes explicar em inglês a Missão, posso dizer que durante a conversa fiquei na dúvida se eram contra ou pró-aborto e se tinham sido enviadas para saber mais sobre o trabalho da Missão ou se tal como disseram estavam ali para recolher dados para um filme que estão a fazer sobre o aborto nos países mais “religiosos”. A jovem iraniana explicou-me que no Irão o aborto é ilegal devido à sua religião muçulmana. Falou-me do seu amor do povo por Nossa Senhora de Fátima (tinha reconhecido as imagens dos Pastorinhos). Disseram que descobriram a Missão devido aos 40 dias pela vida. Apesar das suas religiões diferentes (muçulmana e budista) quiseram ir àCapela, então expliquei-lhes que é o nosso Lugar Sagrado por isso convidei-lhes a fazer a genuflexão, ao que atenderam com respeito, disse-lhes que pequenos gestos como a que tiveram pode fazer a diferença da paz no mundo. Quiseram saber como são as nossas orações, disse-lhes que por vezes rezamos o Terço, fazemos orações várias ou que simplesmente podemos ficar ali em silêncio a ouvir o que Deus tem para nos dizer. A jovem iraniana contou um pouco da sua história muito comovente e partilhei-lhes alguns filmes que podiam ver sobre o aborto: o October Baby e o Bella.
Entretanto ontem à tardinha, depois da desilusão que tinha levado de manhã, recebi uma sms, de uma jovem que está grávida e que ia saber as semanas nesse dia “Boa tarde (…). É a (…) abordou-me ha pouco à porta da clínica. Grave também o meu nr… pensarei em tudo o que me disse. Obrigada”. Respondi-lhe e disse-me que está de 7 semanas e não sabe o que fazer e agradeceu apoio. vamos rezar por ela e não desistir de lutar pela VIDA, não obstante as desilusões que possamos ter. Um sacerdote amigo uma vez disse-me que o desanimo é a última arma do inimigo.
Obrigada. Deus vos abençoe por esta iniciativa. Rezemos e muito.